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🎭Comédia Cearense apresenta o clássico “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues

  • Foto do escritor: Paulo César Cândido
    Paulo César Cândido
  • 15 de abr.
  • 5 min de leitura

O renomado grupo Comédia Cearense, o mais antigo grupo de teatro em atividade no Brasil, prepara-se para mais um grande marco em sua trajetória artística. Desta vez, o grupo traz aos palcos uma obra-prima do teatro nacional: “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, que será encenado no Teatro Nadir Papi Saboia, em Fortaleza - Ceará - Brasil - a partir de maio de 2025.


Da esquerda para a direita: Roberto Reial, Manoela Bacelar, Ildo Mota, Amenhotep Rodrigues, Marcia Sucupira, Natali Lima, Luís Costa, Paulo César Cândido, Érica Cardoso e Rafael Xerez, elenco afinadíssimo que promete levar o público a muitas emoções e questionamentos.
Da esquerda para a direita: Roberto Reial, Manoela Bacelar, Ildo Mota, Amenhotep Rodrigues, Marcia Sucupira, Natali Lima, Luís Costa, Paulo César Cândido, Érica Cardoso e Rafael Xerez, elenco afinadíssimo que promete levar o público a muitas emoções e questionamentos.

A montagem promete emocionar o público ao revisitar um texto carregado de tensão, crítica social e profundidade humana, características marcantes do dramaturgo que revolucionou o teatro brasileiro.



Uma tragédia urbana atemporal

Escrito em 1960, “O Beijo no Asfalto” é uma tragédia urbana que continua atual. A história gira em torno de Arandir, um jovem que, ao ver um homem ser atropelado na rua, atende ao seu último pedido: um beijo. O gesto de compaixão se transforma em escândalo midiático orquestrado pelo repórter sensacionalista e manipulador de informações, Amado Ribeiro.


Comédia Cearense: tradição e ousadia em cena

Conhecida por seu compromisso com a arte cênica e por manter viva a cultura teatral no Ceará, a Comédia Cearense aposta em uma abordagem sensível e provocadora para dar vida ao texto de Nelson Rodrigues. A direção opta por destacar a atualidade do enredo, evidenciando como os julgamentos precipitados e o poder da imprensa continuam a moldar reputações e destinos.

Nas mãos de Hiroldo Serra, - que após o falecimento de seu pai, Haroldo Serra em 2019, assumiu a liderança do grupo Comédia Cearense- que continua a promover a arte teatral no Ceará, esta história ganha contornos ainda mais vibrantes. Cada olhar, cada gesto, cada fala e cada silêncio são parte dessa teia de intrigas e emoções, conceitos e pré-conceitos sociais, culturais e éticos.


Hiroldo Serra, compartilha com o Jornal O POVO,  que essa versão “não tem absolutamente nada da versão de 1965”, trazendo um novo olhar sobre o texto clássico, mas mantendo a linguagem e o tempo dos anos de 1960.


No elenco, e um elenco afinado, artistas, atores e atrizes, consagrados e talentosos e seus personagens marcantes, que detalharei por núcleo, tais como, o "núcleo familiar" Selminha, Manoela Queiroz, jovem esposa de Arandir, que entre o amor e a dúvida, é moldada pelo medo do julgamento social. Já Dália, Márcia Sucupira, enriquece o universo da peça com sua visão e presença, porém, escondendo segredos que serão revelados. Roberto Reial, que interpreta Arandir, homem íntegro que tem sua vida virada de cabeça para baixo após um simples gesto de empatia e Aprígio, Ildo Mota, sogro de Arandir, símbolo da moral conservadora e opressora, incapaz de compreender gestos fora da norma, completam o "núcleo familiar", com suas dúvidas, questionamentos, acusações, defesas, conceitos e pré-conceitos e etc. da trama que trará bastante reflexão e debate para o público.


Já no "núcleo duro" (manipulador, mentiroso, sarcástico, sensacionalista, agressivo e até hilário), temos Luiz Costa, interpretando Amado Ribeiro, repórter sensacionalista e manipulador, que transforma uma tragédia humana em espetáculo, já Amenhotep Rodrigues, encarna o Delegado Cunha, representando aqui a autoridade corrompida pelo moralismo e pela pressão midiática que sofre (por causa de Amado Ribeiro) devido a acusações de agressões e misoginia. Paulo César Cândido é desafiado a interpretar Aruba, um Policial misto de engraçado e puxa saco refletido do Delegado Cunha.


Completando a trama, temos o núcleo que posso chamar de "manipulados e pressionados pela mídia" e o "núcleo duro", com Amado Ribeiro como o grande orquestrador. Dona Matilde, Natali Lima é a fofoqueira do bairro, aquela que leva notícia "as amigas" com capciosidade, já Erica Cardoso faz majestosamente duplo papel, a Viúva do morto e Dona Judite, revelando nuances diferentes do feminino na trama, da dor morte junto a acusações infundadas à ironia social. Para fechar, temos Rafael Xerez, interpretando Werneck, chefe de Arandir e figura que complementa o círculo de poder corporativo e julgamentos dão vida e emoção a Nelson Rodrigues.


Elevando a densidade emocional da obra, a trilha sonora será interpretada ao vivo, ao piano, pelo consagrado instrumentista e compositor Ricardo Bacelar. Sua execução, precisa e carregada de lirismo, dialoga com cada cena, costurando emoções e silêncios numa experiência sonora profundamente imersiva e dramática.


Um espetáculo que convida à reflexão

Mais do que entretenimento, o espetáculo é um convite à reflexão sobre empatia, liberdade e os efeitos destrutivos da moralidade superficial.


A encenação promete impactar tanto os amantes do teatro clássico quanto o público mais jovem, que poderá conhecer um pouco da genialidade de Nelson Rodrigues e a experiência de Hiroldo Serra no fazer teatral, por meio de uma montagem vibrante e cuidadosamente elaborada. Cabe ao público ver, analisar, pensar, raciocinar, criticar, debater e acima de tudo, entender que o espetáculo nos convida a vivenciar este clássico como nunca antes. "O Beijo no Asfalto" promete ser não só mais um espetáculo da Comédia Cearense, grupo mais antigo do Brasil em atividade que nunca passou um semestre sequer sem montar um espetáculo, mas um espelho da sociedade e de nossos próprios julgamentos.


Ficha Técnica:

Texto: Nelson Rodrigues

Direção: Hiroldo Serra

Trilha Sonora e Piano: Ricardo Bacelar


Elenco:

Arandir: Roberto Reial

Selminha: Manoela Bacelar

Dália: Marcia Sucupira

Aprígio: Ildo Mota

Amado Ribeiro: Luís Costa

Delegado Cunha: Amenhotep Rodrigues

Matilde: Natali Lima

Viúva/D. Judity: Érica Cardoso

Aruba: Paulo César Cândido

Werneck: Rafael Xerez

Direção, coreografia, ambientação, iluminação, figurino: Hiroldo Serra

Mídia Digital: WWEBDigital TI, Design & Marketing

Relações Públicas: Fernanda Mesquita Teles

Redes sociais do Grupo Comédia Cearense: @grupocomediacearense/


Serviço:

“O Beijo no Asfalto” do grupo Comédia Cearense

Temporada: 03,10, 24 e 31 de maio de 2025 (sábados), às 20h

Local: Teatro Nadir Papi Saboya, do Colégio Farias Brito

Endereço: Rua 8 de setembro, 1331 – Varjota, Fortaleza-CE

Localização: Teatro Nadir Papi Saboya

Ingresso: R$ 50 (inteira) R$ 25 (meia). À venda na bilheteria do Teatro a partir das 19h em dias de espetáculo e na plataforma COMPRAR INGRESSO ONLINE: https://bileto.sympla.com.br/event/104646/d/310346/s/2114424

Capacidade: 260 lugares (assento por ordem de chegada sem marcação de lugar)

Classificação indicativa: 14 anos

Informações: (85)99635-3475


Informação sobre a meia-entrada:


Tem direito ao benefício da meia-entrada: estudantes, idosos (pessoas com mais de 60 anos), crianças entre 03 e 12 anos, pessoas com deficiência e seu acompanhante, professores da Rede Pública de Ensino de Fortaleza, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade entre 15 e 29 anos e doadores regulares de sangue. Em todos os casos é necessária a apresentação do(s) documento(s) comprobatório(s) e do documento de identificação com foto.


Da Redação


Blog da Comédia Cearense


Paulo César Cândido - Ator e Editor


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